Brasil se torna o maior país do mundo a criminalizar a cannabis… “admitindo o fracasso da política de drogas”

Um participante fuma maconha durante um protesto para descriminalizar a maconha em São Paulo, Brasil, em junho do ano passado./Reuters

O Supremo Tribunal Federal do Brasil no dia 26 descriminalizou o porte de cannabis para uso pessoal. Assim, espera-se que o Brasil, com uma população de cerca de 200 milhões de habitantes, se torne o maior país do mundo a legalizar a cannabis. A análise sugere que a decisão reflecte o fracasso da anteriormente ambígua política de condenação em matéria de drogas.

Segundo o New York Times, neste dia, 8 dos 11 juízes do Supremo Tribunal Federal concordaram por unanimidade em não criminalizar o porte pessoal de 40 gramas de maconha. 40 gramas equivalem a 80 cigarros de cannabis. A data da decisão será determinada com base em medidas de acompanhamento e a venda de cannabis será ilegal.

Espera-se que este julgamento do Supremo Tribunal tenha consequências significativas. De acordo com a mídia local, há 6.345 casos pendentes em tribunais inferiores relacionados à posse pessoal de maconha, e os casos relacionados estão em fase de pré-acusação. No entanto, não está claro se isto servirá de precedente para os milhares de presos que já cumprem penas de prisão por porte de maconha abaixo do novo limite.

Em particular, a decisão foi interpretada como uma resposta ao fracasso da atual política de drogas do Brasil. Em 2006, o Congresso brasileiro aprovou um projeto de lei que aumentou a pena para traficantes de drogas, mas reduziu a pena para serviços comunitários para pessoas que possuíssem pequenas quantidades de drogas, incluindo maconha. Contudo, não só é difícil determinar quem é traficante e quem é um simples utilizador individual, como também, devido ao padrão vago de “pequena quantidade”, as autoridades responsáveis ​​pela aplicação da lei e os juízes não conseguem detectar a posse pessoal ou o tráfico de droga. A decisão é arbitrária com base no tipo de droga apreendida, no local e nas circunstâncias da apreensão e na comunidade do suspeito ou arguido. Por causa disso, os homens negros tinham maior probabilidade de serem encarcerados, o que gerava diversas discriminações e desvantagens. Além disso, de acordo com a Human Rights Watch, 10 anos após a aprovação da lei, a proporção de prisioneiros encarcerados por acusações de tráfico de drogas aumentou de 9% para 28%, mostrando que não teve qualquer efeito na erradicação das drogas. Luis Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal do Brasil, disse: “Esta decisão não tolera o uso de maconha, mas está perto de reconhecer uma política de drogas fracassada. De forma alguma legaliza a maconha ou vê a droga de uma forma positiva.”

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Há também previsões de que a decisão resolva o problema da superlotação nas prisões brasileiras. O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, depois dos Estados Unidos e da China.

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